Doenças crônicas e exercício
- Clara Suemi
- 3 de ago. de 2018
- 2 min de leitura
O quê as doenças metabólicas como a hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes, dislipidemias e obesidade tem a ver com exercício? Bom, todos esses distúrbios metabólicos têm como fator de risco em comum, entre outros, a inatividade física, ou seja, indivíduos que não se exercitam com frequência e intensidade adequadas estão expostos a desenvolverem essas doenças. Por outro lado, a prática regular de atividade física é recomendada para a prevenção e tratamento destas doenças.
Mas será que, além de evitar o desenvolvimento de doenças metabólicas, é possível tratar essas doenças através do exercício? Claro, por exemplo, para o tratamento da obesidade é necessário que o gasto energético seja maior que o consumo energético diário, o que nos faz pensar que uma simples redução na quantidade de comida através de dieta alimentar seja suficiente. No entanto, isso não é tão simples; tem sido demonstrado que mudança no estilo de vida, através de aumento na quantidade de atividade física praticada aliado à reeducação alimentar, é o melhor tratamento. Assim, o exercício contribuirá para o aumento do gasto energético de repouso, que por outro lado, se só realizada através da restrição calórica, o inverso ocorrerá. Além disso, a musculação é um potente estímulo para aumentar a massa, força e potência muscular, podendo ajudar a preservar a musculatura, que tende a diminuir devido à dieta, maximizando a redução de gordura corporal.
Na resistência à insulina, estudos demonstram que uma única sessão de exercício pode melhorar a disponibilidade de glicose, melhorando a sensibilidade dos tecidos à insulina e diminuindo a glicemia sanguínea de pacientes diabéticos. E esse benefício pode durar de 12 a 48 horas após a sessão de exercício. Do mesmo jeito, no caso de indivíduos hipertensos, o exercício é capaz de diminuir a pressão arterial sistólica e diastólica, tanto de indivíduos hipertensos. Podendo reduzir em até 11mm de Hg a PAS e em até 8mm de Hg a PAD. Reduções de apenas 2mmHg na pressão diastólica podem diminuir substancialmente o risco de doenças e mortes associadas à hipertensão. Porém, vale ressaltar que os níveis pré-atividade voltam aos valores anteriores em três a cinco dias após a última sessão de exercício físico, o que reforça, que no tratamento dessas doenças, a necessidade de praticar exercícios com frequência e regularidade.
E quais são as recomendações para quem quer iniciar um programa de exercícios? No caso de indivíduos com algum tipo de doença crônica é necessário, antes, a realização de alguns exames e avaliação física para que cada caso seja entendido e que o exercício seja realizado de forma segura, e em alguns casos é necessária a autorização médica. Salienta-se, também, que a prescrição de exercício para esses indivíduos vem acompanhada de cuidados especiais (princípios básicos). Cada modalidades específicas de exercício (por exemplo, uma caminhada/corrida ou musculação) desencadeiam adaptações específicas que promovem respostas fisiológicas específicas, ou seja, para cada caso há uma prescrição a ser considerada, devendo respeitar a individualidade biológica do indivíduo na prescrição de um determinado programa de exercícios, pois a mesma sobrecarga e modalidade de exercício irá provocar respostas de diferentes magnitudes em diferentes indivíduos. Dai a importância do acompanhamento técnico de um professor qualificado na prescrição e realização do exercício na academia.
